Relações Amorosas e a Lei da Substituição | Teresa sem medo

Relações Amorosas e a Lei da Substituição

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Quando uma relação termina muitos de nós procuram de imediato algo para a substituir. Na maioria dos casos “surge” outra pessoa, outras vezes as noitadas intermináveis nas redes sociais, o chocolate comido compulsivamente, os ataques ao frigorífico, o vaguear noite fora com amigos ou sem eles.

Este tipo de comportamento surge porque o vazio causado pela falta do outro é muito difícil de integrar. Quando de repente não temos ninguém que nos ouça, que faça barulho em casa ou que espere por nós, surge uma necessidade de recompensa imediata. Precisamos de tapar o “buraco do vazio”.   

De facto, aprendemos a ser “em relação com”. O outro é o garante da nossa existência. Quando perdemos o outro instala-se uma angústia dilacerante. Ficamos do lado da insegurança, da incerteza e do medo de não voltarmos a amar ou de que mais ninguém nos ame. Não há modelo para a solidão. 

À semelhança de outros tipos angústia, a angústia provocada pelo vazio é umbilical: é uma angústia de separação, de cisão com o conhecido, de saída do útero, de perda daquilo que conhecemos, de ida para um local onde precisamos aprender a viver com outras normas, outras pessoas e outros espaços. E se não conseguirmos? E se fraquejarmos?

Nos relacionamentos amorosos, perante a ausência do outro o mais simples é a fuga através da “Lei da Substituição”: tentarmos a todo o custo tapar o vazio que sentimos adoptando estratégias que nos impeçam de contactar com a realidade.

A angústia da separação ocorre, inclusive, em relacionamentos onde há muito já não existia amor, harmonia ou sentimentos de carinho entre os pares. Esta aparente ambiguidade resulta, mais uma vez, do facto de precisarmos do outro para nos completar, para nos sentirmos totais, para nos sentirmos pessoas.

Sempre que saltitamos de relação em relação, sem nos permitirmos sentir o vazio, a dor emocional e a angústia da separação, continuaremos angustiados, incompletos e em busca do nosso Eu.

Dar tempo ao Vazio, para que se transforme em algo positivo, em crescimento emocional, é difícil. Mas é, sem dúvida, uma grande oportunidade que a vida nos dá para sermos felizes. 

Teresa Marta   

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