Aceitar o que sentimos | Teresa sem medo

Aceitar o que sentimos

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O dia está chuvoso, pelo menos aqui em Palmela,
de onde vos escrevo neste momento.
Por alguma razão, a minha agenda está ainda com muitas tarefas por fazer. Tem sido pouco produtivo, este meu dia.
Muita reflexão. Pouca acção. Partilho este estado convosco porque dei por mim a exigir-me o mesmo nível de tarefas concretizadas, que sempre me exijo em cada dia. Eu e a lei da concretização! Temos de facto esta tendência! Fomos ensinados a estar permanentemente a fazer alguma coisa! Estar sem fazer nada é algo que não nos ensinaram. Pelo menos comigo, tal não aconteceu.

No entanto, é preciso conceder tempo ao tempo sem nada. Porque o tempo sem nada pode ser um tempo de construção. Um tempo para nos ouvirmos. Um tempo para falarmos connosco e percebermos porque continuamos a carregar às costas os padrões de luta e esforço. Às vezes, nestes momentos menos produtivos surgem-nos respostas que nem sempre conseguimos ver, tão atarefados que estamos.

Tive as minhas próprias crises, os meus momentos de desespero, de descrédito, de medo. Tive momentos muito duros, em que a minha janela não se abria. Momentos em que me fechava e tentava disfarçar a minha dor. Ainda sofro. Por vezes. Sim. E esta chuva miudinha trás à memória dias de chuva miudinha da minha infância onde as coisas não corriam lá muito bem. Mas hoje, posso fazer diferente. Hoje não estou obrigada a deixar-me inundar pela chuvinha e pelo escuro do horário de inverno.

A verdade é que se assim não fosse, eu seria tudo menos pessoa. Seria tudo menos humana. E de tudo isto a vida se faz. Sem medo de ser. Sem vergonha de nos assumirmos e de assumirmos o que sentimos. Aceitando que tudo é importante para o caminho que estamos a fazer. Com tudo o que isso possa significar!

Teresa Marta

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