abril 2015 | Teresa sem medo

Crescer pelo confronto

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Visita à SEIES - Entrega dos Donativos da Conferência da Coragem Geralmente temos medo de entrar em confronto com o outro. E não gostamos de ser confrontados. Na raiz de ambas as situações está o nosso receio de sermos humilhados, de perdermos a batalha que origina o confronto. Mas também, amiúde, o receio de sermos abandonados pelo outro. Ou de perdermos a sua estima, a sua admiração, e, na base, o seu amor.

No entanto, assumir o confronto, sem medo, poderá ter resultados muito positivos no aumento da nossa auto-estima e no reforço do nosso valor pessoal. Claro que, estamos aqui a falar de confronto praticado com honestidade e respeito pelo outro. Pelas suas diferenças de opinião. Pela sua singularidade.

Hoje, tive o grato prazer de visitar a SEIES - Sociedade de Estudos e Intervenção em Engenharia Social, na sua sede, em Setúbal. O motivo da visita foi entregar o donativo angariado aquando da primeira Conferência da Academia da CoragemAs Mulheres e a Coragem, que teve lugar no passado dia 7 de Março. Nesta visita, foi-nos apresentada a Associação, que ficámos a conhecer por dentro. Percebemos melhor qual a sua missão, que apoio dá às mulheres que a procuram e as variadas formas como esse apoio é prestado.

Em conversa com a Dra. Isabel Rebelo, que nos explicou a origem do projecto, no início dos anos 80, foi com alegria e alguma surpresa que ouvimos a dirigente dizer que a SEIES ajuda mulheres sim, mas estabelecendo com elas um confronto que as obrigue a encontrarem por si mesmas as respostas que procuram, os recursos que pretendem e as mudanças de vida que desejam. Ou seja, a ajuda é muito mais que oferecer o peixe sem espinhas e já cozinhado. A caridade ajuda significa devolver ao outro a sua capacidade inata de dar a volta por cima! É esta a filosofia desta Organização, que considero um exemplo!

Obrigada pelo trabalho que estão a desenvolver!
A Academia da Coragem cá estará para continuar a apoiá-lo!

Leia também a notícia sobre a entrega dos donativos no site da Academia da Coragem:
http://www.academiadacoragem.pt/noticias/academia-entrega-donativos-a-seies

Teresa Marta

Ana, com os nervos à flor da pele, reencontra o equilíbrio

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Se estão recordados, na última crónica contei a estória de Ana, que gostaria de se sentir menos nervosa e melhorar a relação com o seu marido.

Ana tomou consciência que o afastamento conjugal se tinha iniciado após o nascimento da filha de ambos, mas que nos últimos anos ainda se tinha agravado mais.

Ora, o nascimento do primeiro filho constitui uma marca fundamental na história de qualquer casal, na medida em que ao sistema conjugal se acrescenta o parental. Assim, é comum que numa primeira fase, o casal se centre fundamentalmente nas funções parentais.

Os elementos do casal deixam de ser apenas filhos, passando a ser também pais havendo ainda tendência para darem atenção à sua relação com os seus próprios pais. Estes motivos (mais complexos do que à partida parece), fazem com que numa primeira fase as atenções do casal estejam muito mais centradas na parentalidade do que na intimidade.

Assim, neste contexto de exploração das dimensões feminina e materna de A., esta recorda: “não sei se isto tem alguma coisa a ver, mas quando eu era pequena lembro-me de ouvir uns barulhos que vinham do quartos dos meus pais. Na altura eu não sabia o que era e tinha medo. Mas agora sei que tinham a ver com a vida íntima dos meus pais.” A. percebeu que este acontecimento estava claramente relacionado com a sua própria vida íntima, tanto mais que o distanciamento se agravava à medida que a filha, Maria, crescia.

A. sentia-se um pouco perdida porque acabava de fazer a ligação entre um acontecimento do passado e a influência deste na sua vida presente, mas não sabia como isso a poderia ajudar na prática.

A. iniciou o caminho do amor próprio e por isso começou a dedicar tempo para trabalhar o seu bem-estar emocional. Numa primeira fase,  exercícios respiratórios específicos, banhos relaxantes e o uso de cremes corporais, manifestaram-se muito benéficos para restabelecer o seu equilíbrio. Depois, partilhou com o marido o que se passava. Em seguida, começou a convidá-lo para fazer os programas que ela desejava fazer, mas que esperava que ele adivinhasse e a convidasse. Em suma, actualmente Ana continua casada e sente-se muito feliz.

Na relação conjugal, o ritmo da intimidade, em casais com alguns anos, é frequentemente vivido de forma distinta pela mulher e pelo homem.

Carina Silva,
Psicóloga Clinica

Mãe Suficientemente Boa

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Durante muitos anos acreditou-se que o papel de mãe se traçava em torno do cuidar.

Intoxicadas por regras de puericultura e "moldagem" de personalidades como se nascêssemos argila à espera de sermos trabalhados, as mães viam-se muitas vezes impedidas de dar largas à sua criatividade e até ao amor que sentiam pelos filhos.

Cuidar foi, durante séculos, sinónimo de alimentar, manter limpo e zelar para que dormisse o mais possível. Há meio século vivia-se mesmo o mito de que os bebés não deviam ser beijados não fossem sofrem um ataque crónico de micróbios galopantes e, qui ça, mortais.

O conceito de Mãe Suficientemente Boa traçado por Winnicot poderia ter alterado o comportamento de muitas mães se nós tivéssemos vivido num país diferente e, se tal tivesse acontecido, quem sabe seríamos hoje um povo diferente.

Mas como a minha mãe sempre disse - "não vale a pena chorar sobre o leite derramado" e "vale mais tarde do que nunca".

Assim, aqui fica para quem ainda pensa que ser mãe é um bicho de sete cabeças:

Ame o seu filho na certeza de que ele é uma pessoa desde o momento em que nasceu. Observe-o. Estabeleça com ele uma relação de amor, curiosidade e respeito. Você é o espelho dele - não receie Ser. Dê asas à sua criatividade.

"Winnicott acreditava que a mãe suficientemente boa é aquela que possibilita ao bebê a ilusão de que o mundo é criado por ele, concedendo-lhe, assim, a experiência da onipotência primária, base do fazer-criativo. E a percepção criativa da realidade é uma experiência do self, núcleo singular de cada indivíduo."
- Fonte: Psicologado.com

Alda Couto,
Técnica de Educação

Mostra o Teu Herói: Nova autora no TSM

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O blog Teresa sem Medo contará, a partir de hoje, com mais uma autora. A Dra. Alda Couto, Técnica Superior de Educação, especializada no Desenvolvimento Pessoal de Crianças e Jovens.

Conheço a Alda há 10 anos. Uma amiga comum, do tempo em que fui Directora de Marketing da UNICRE, colocou-nos em contacto. Esta amiga comum considerou então, que eu e a Alda partilhávamos as mesmas ideias sobre educação infantil e juvenil. E, sobretudo, sobre aquilo que estamos a pedir aos nossos filhos. E, ainda, sobre aquilo que o nosso sistema de ensino faz às nossas crianças.

Desde logo, a empatia entre mim e a Alda foi mútua. Nessa altura eu ainda era Directora-Geral e Vice-Presidente de uma empresa, sem disponibilidade de tempo para acumular mais um projecto.

Mas a vida sabe quando é o tempo ideal para que as coisas aconteçam! E, no início deste ano de 2015, fez-se tempo para nos reencontrarmos. E eu, já sem as tarefas exigidas pela gestão diária empresarial, pude dar atenção genuína ao Projecto Mostra o Teu Herói.

O Mostra o Teu Herói é um Projecto Educativo, de desenvolvimento infantil e juvenil cuja missão é ajudar crianças e jovens a conhecerem-se, a conseguirem olhar para si com estima e carinho, a conseguirem olhar paras as suas dúvidas interiores e a conseguirem expressar o que sentem. Sem culpa. Sem receio de serem julgados. Sem medo de assumirem a sua singularidade.

E, para se assumir a nossa singularidade, é preciso coragem. E é preciso que nós, pais e educadores, consigamos expor aos nossos filhos, quem somos, também nós, sem medo. Assumindo a nossa humanidade. Por isso, fez-me todo o sentido convidar a Alda Couto para escrever todas as quinzenas, aqui, no Teresa Sem Medo. Um sítio, onde todos nós, grandes e pequenos, podemos também mostrar o nosso Herói. Um Herói tantas vezes anulado.

Sendo assim, quinzenalmente, à quarta-feira, terá aqui a Alda Couto, com as suas partilhas no âmbito do seu trabalho com crianças e jovens. Partilhas onde contará os seus desafios e concretizações no Mostra o Teu Herói.



5 Dicas para melhorar a sua vida já!

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1. Praticar a Aceitação


Se pretende fazer alguma mudança estrutural na sua vida, comece por aceitar o que tem e quem é, neste preciso momento. Mesmo que isso signifique aceitar algumas partes de si que não goste, tudo o que é, e o que tem neste momento, é a matéria que lhe vai permitir alavancar a mudança que deseja fazer. Mais: aceitar o que a vida nos tem colocado no caminho, caso não seja algo de positivo, não é uma condenação nem um acto de submissão. Trata-se apenas da base para trabalharmos no sentido de percebermos porque continuamos mergulhados em processos com os quais não nos identificamos e dos quais não gostamos.


2. Mergulhar nos medos

Mergulhar nos nossos medos, naquilo que mais tememos pode parecer aterrador, mas é indispensável para que se revelem todas as bênçãos que procuramos e que não conseguimos alcançar. Como diz o ditado “depois da tempestade vem a bonança”. No entanto, para que o sol apareça é necessário que enfrentemos a tempestade. É necessário enfrentarmos o que pensamos ser impossível. Paradoxalmente, qualquer transformação que sinta ser a mais difícil é a que mais precisa de fazer para que a mudança positiva se manifeste. Vale a pena tentar. 


3. Acreditar no timing dos processos

As soluções que procuramos estão normalmente mais perto do que pensamos. No entanto, não as vemos pois estamos muito preocupados e concentrados no que se vai passar e como se vai passar mais à frente, no futuro. Antes pois de fazer planos sobre como as coisas virão até si, tente perceber se as respostas que procura já não se encontram perto de si. Perdemos tantas oportunidades por estarmos focados naquilo que pode vir a acontecer! Os processos têm os seus timings. Confie na sua intuição para se deixar guiar por eles. Pacifique o seu Coração.

4. Abraçar a mudança  

Por vezes sentimos que as mudanças que desejamos tendem a demorar. Na grande maioria das vezes em que isso acontece, não vemos as respostas porque efectivamente, não estamos dispostos a mudar. Se fizermos as mudanças necessárias, as respostas que procurávamos surgem de imediato à nossa frente.

5. Agir com consequência

“Não estou psicologicamente preparada!”, “Não vale a pena, já não vou chegar a tempo”, “Amanhã será ideal para fazer isso, hoje não”. Se estas razões lhe surgem frequentemente na cabeça para não fazer o que planeia, significa que a sua acção não tem consequência. É vazia. E como tal nunca lhe trará o retorno esperado. Se as acções que planeamos fazer são de facto importantes para o nosso crescimento pessoal, continuar a adiar (por muito válidas que o nosso cérebro considere serem as razões), só nos traz tristeza e culpa para connosco próprios. E  ninguém pode ser feliz assim! 

Teresa Marta

Estarei feliz com as minhas Amizades?

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A sua felicidade nas amizades e nas relações sociais é um factor de peso para a sua felicidade num todo, pois somos seres sociais. Mas como anda a sua? Este artigo faz parte de um conjunto de questões de auto-diagnóstico na sequência do artigo Sou Feliz? publicado na edição de Fevereiro da revista Prevenir, e que pode ler também aqui no blog.

 Auto-Diagnóstico: Eu sou Feliz nas minhas Amizades?
(Relacionamentos)


A minha felicidade nas amizades e relações sociais:

a) Não consigo dizer Não.
Os meus amigos não respeitam os meus limites e têm dificuldade em pôr-se no meu lugar. Sinto que dou mais do que recebo. Não consigo dizer “não”.

b) Não gosto de pedir ajuda aos meus amigos.
Prefiro contar comigo a incomodar os outros. Por vezes duvido se podemos mesmo confiar em alguém.

c) Sei respeitar o espaço, o tempo e os problemas dos meus amigos.
Não me imponho nem culpabilizo. Não dou conselhos que não pratico. Digo não quando preciso e sei estabelecer limites saudáveis.


A trabalhar: 
As amizades são dos relacionamentos mais importantes que podemos ter ao longo da vida.

Podemos perder familiares, não ter filhos ou marido, mas tudo se torna mais fácil quando temos amigos.

Não há duração nem intensidade para as amizades. As amizades podem ser breves ou durarem muito tempo. Podem ser mais intensas ou mais suaves. Todas têm a sua função na nossa vida e todas nos recordam que ninguém é feliz isolado. Não podemos escolher os nossos pais. Ao invés, os nossos amigos fazem parte das nossas escolhas conscientes.

No entanto, como em todos os relacionamentos, as amizades também têm limites para não se tornarem relações que nos adoecem. Não se culpabilize quando as amizades não correm como esperava. A culpa é algo que tem de aprender a deixar para trás, se quer ser feliz. A culpa apenas serve para nos sobrecarregar de angústia, de vazio e de tristeza.

Não se sinta Obrigada a dizer “Sim, vou ao cinema contigo!”, “Estou muito cansada, mas podes ligar logo de manhã!”, quando a resposta que lhe apetece dar é: “Estou cansada e manhã é domingo e quero dormir!”. Você está a viver a sua vida, não a dos seus amigos.

Auto-Diagnóstico: Estou feliz de Finanças?

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Este artigo de auto-diagnóstico faz parte de um conjunto de questões que vêm na sequência do artigo Sou Feliz? que saiu na edição da revista Prevenir de Fevereiro, e que está disponível também aqui no blog. Para alcançar a Felicidade, terá que acreditar na possibilidade de a encontrar. É capaz?

 Auto-Diagnóstico: Sou Feliz com as minhas Finanças?


Qual é a minha relação com o Dinheiro?

a) Sempre tive uma má relação com o dinheiro.
Por mais que tente, o dinheiro escapa-se. Nunca consigo chegar com dinheiro ao fim do mês. Existe sempre mais uma conta para pagar.

b) Acho que o dinheiro não dá felicidade.
O dinheiro não me traz felicidade. Aliás, o dinheiro só faz com que as pessoas sintam que nunca é suficiente. Habituei-me a viver com o essencial e isso basta-me.

c) Gosto assumidamente de dinheiro por o que pode proporcionar e pela independência que me dá.
Trabalho para isso e mereço ser bem paga. Não tenho vergonha de assumir o prazer de não ter problemas financeiros. E, se algum dia os tiver, farei tudo para recuperar a minha independência, nem que tenha de ter dois empregos.


A trabalhar: 
Se as suas convicções sobre dinheiro estão representadas nas afirmações a) e b), deve começar por trabalhar as suas crenças sobre merecimento no que respeita à prosperidade financeira.

Existe uma enorme diferença entre o que dizemos merecer e aquilo que sentimos merecer!

Não adianta afirmar que merece ter dinheiro, se lá no fundo não é isso que sente. Irá falhar o objectivo. Trabalhe a confiança na sua capacidade para ganhar dinheiro. Talvez tenha crescido numa família onde o dinheiro foi sempre visto como algo difícil de conseguir, algo que só chega às mãos de alguns ou que os ricos são fúteis.

Anule a visão do dinheiro como algo ao qual é difícil chegar.

Finalmente, note que para sermos felizes no capítulo financeiro não basta termos mais dinheiro. Há quem tenha muito dinheiro e continue a sentir carência financeira vivendo atormentado para não gastar. Têm medo de ficar sem dinheiro.

O dinheiro tem de contribuir para termos uma vida de qualidade. Tem efectivamente de contribuir para a nossa felicidade. Se para termos dinheiro tivermos de nos subjugar a uma profissão que detestamos ou que aguentamos para pagar as contas, continuamos a viver na ideia de carência.

Você merece ter o dinheiro que necessita para viver desafogadamente, por direito próprio. Mas tem de se sentir merecedora disso. Caso contrário afastará de si o dinheiro, mesmo que o ganhe.