Ana, com os nervos à flor da pele, reencontra o equilíbrio | Teresa sem medo

Ana, com os nervos à flor da pele, reencontra o equilíbrio

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Se estão recordados, na última crónica contei a estória de Ana, que gostaria de se sentir menos nervosa e melhorar a relação com o seu marido.

Ana tomou consciência que o afastamento conjugal se tinha iniciado após o nascimento da filha de ambos, mas que nos últimos anos ainda se tinha agravado mais.

Ora, o nascimento do primeiro filho constitui uma marca fundamental na história de qualquer casal, na medida em que ao sistema conjugal se acrescenta o parental. Assim, é comum que numa primeira fase, o casal se centre fundamentalmente nas funções parentais.

Os elementos do casal deixam de ser apenas filhos, passando a ser também pais havendo ainda tendência para darem atenção à sua relação com os seus próprios pais. Estes motivos (mais complexos do que à partida parece), fazem com que numa primeira fase as atenções do casal estejam muito mais centradas na parentalidade do que na intimidade.

Assim, neste contexto de exploração das dimensões feminina e materna de A., esta recorda: “não sei se isto tem alguma coisa a ver, mas quando eu era pequena lembro-me de ouvir uns barulhos que vinham do quartos dos meus pais. Na altura eu não sabia o que era e tinha medo. Mas agora sei que tinham a ver com a vida íntima dos meus pais.” A. percebeu que este acontecimento estava claramente relacionado com a sua própria vida íntima, tanto mais que o distanciamento se agravava à medida que a filha, Maria, crescia.

A. sentia-se um pouco perdida porque acabava de fazer a ligação entre um acontecimento do passado e a influência deste na sua vida presente, mas não sabia como isso a poderia ajudar na prática.

A. iniciou o caminho do amor próprio e por isso começou a dedicar tempo para trabalhar o seu bem-estar emocional. Numa primeira fase,  exercícios respiratórios específicos, banhos relaxantes e o uso de cremes corporais, manifestaram-se muito benéficos para restabelecer o seu equilíbrio. Depois, partilhou com o marido o que se passava. Em seguida, começou a convidá-lo para fazer os programas que ela desejava fazer, mas que esperava que ele adivinhasse e a convidasse. Em suma, actualmente Ana continua casada e sente-se muito feliz.

Na relação conjugal, o ritmo da intimidade, em casais com alguns anos, é frequentemente vivido de forma distinta pela mulher e pelo homem.

Carina Silva,
Psicóloga Clinica

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