Problemas de Amor | Teresa sem medo

Problemas de Amor

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Problemas de amor - a história de João

Quando chegou à primeira consulta João disse: "não sei o que fazer, não consigo controlar-me. Desde que a minha namorada partiu em viagem, por motivos profissionais, sinto-me desorientado. O comportamento dela mudou. Envio-lhe mensagens e ela não me responde logo. Às vezes vejo que está online no WhatsApp e não me responde. Ela diz que me ama mas já não sei se hei-de acreditar".

João criava múltiplos cenários para explicar o comportamento da namorada e tentar saber se ela ainda o amava. Isto deixava-o esgotado, tinha dificuldade em dormir, perdeu o apetite e andava sempre muito nervoso.

Em poucas sessões de terapia, João aprendeu a usar a respiração para o ajudar a regular as suas emoções, para ficar mais tranquilo e, desse modo, poder focalizar-se mais em si próprio e no que sentia. 


Percebemos que João teve uma infância feliz, mas, na adolescência o pai considerava-o muito frágil para participar em tarefas que exigiam maior esforço físico. Esta atitude do pai, numa idade extremamente sensível para a formação da sua auto-imagem, contribuiu para a construção de uma ideia negativa de si próprio. 

João foi compreendendo porque escolhera ser personal trainer. Esta profissão permitia-lhe tentar ultrapassar a insegurança que sentia em si próprio. Tomou consciência do seu pensamento que lhe dizia que, ter um corpo forte o faria sentir muito mais seguro. Além disso, tomou também consciência que todas as suas ex-namoradas, à semelhança da actual, eram mulheres extremamente bonitas e que, através da relação com elas era como se sentisse também bonito, forte e confiante. Assim, quando a relação ficava ameaçada, era como se o próprio João ficasse em risco. 

Actualmente, João tem uma namorada que o respeita e está verdadeiramente interessada nele. Mas precisou encontrar a segurança em si mesmo, independentemente do comportamento da namorada. 

Muitas vezes, os problemas dos relacionamentos amorosos escondem problemas de amor-próprio e de auto-estima, colocando no centro a questão de saber se o outro nos ama ou não, ao invés de nos focarmos em sentir se a relação nos faz ou não felizes.

Carina Silva
Psicóloga Clínica

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