Mais magra ou mais "forte"?
16 de fevereiro de 2015
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20:53
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O Marketing define o valor de um produto de forma muito simples: o valor é aquilo que o consumidor diz que é. Neste sentido, o valor não é mensurável. Resulta da apreciação subjectiva de cada consumidor.
E o que se passa com a avaliação do valor das pessoas? Basicamente, o mesmo! O nosso valor resulta da avaliação (subjectiva) que os outros fazem de nós. Em geral, passamos a vida a tentar corresponder ao valor que os outros acham que temos. No entanto, lutar dia-a-dia para corresponder às expectativas dos outros desgasta-nos, cansa-nos, gera angústia em nós. Perdemos a noção de quem somos realmente: se nós, se a imagem reflectida de nós.
Em resultado da percepção do outro, lutamos em permanência para sermos alguém de quem os outros gostem, que os outros apreciem, que os outros reconheçam, acabando por esquecer quem de facto somos, qual o nosso valor efectivo.
A angústia gerada por tentarmos corresponder ao que esperam de nós é ainda agudizada pelos objectivos que colocamos a nós próprias. Estamos sempre a esticar a fasquia! Queremos forçar as coisas a acontecerem, desejamos controlar tudo: nós, os outros, os acontecimentos, o tempo, a evolução natural do nosso corpo, a idade. E acabamos por nos concentrar muitas vezes naquilo que não temos, no que nos falta, no que não somos, no que não chega ou não é suficiente.
Num mundo que esgota a nossa identidade ao avaliar-nos pelo que fazemos, pela nossa beleza, a nossa riqueza ou a nossa pobreza, o nosso poder ou a nossa juventude, angustia-mo-nos ao vivermos em função daquilo que julgamos dever ser. Dizemos a nós próprios, “se eu fosse mais alto, mais jovem, mais magro, mais rico, mais comunicativo, mais feliz…”, estaria tudo bem.
Mas não estaria tudo bem. Bem, ficaremos quando tivermos carinho por quem somos, compreensão pelo que estamos a viver e respeito pelo que já fizemos.
Teresa Marta
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