Somos peritos em desperdiçar o tempo que temos. Adiamos decisões e acções esperando que venha o tempo certo. Ou que venha um acontecimento decisivo, que nos leve a agir. Ou esperamos até que estejam reunidas “as condições ideais”.
Esta ditadura do tempo, à qual nos submetemos por decisão própria, diminui a nossa auto-confiança e a nossa auto-estima. Ficamos menos confiantes, porque adiar significa trair a nossa vontade natural de agir. Não agimos na altura certa, quando no fundo sabemos que seria essa a atitude mais correcta. À medida que o tempo vai passando, a nossa auto-confiança vai ficando mais pobre. Deixar para mais tarde agudiza o problema inicial tornando-se cada vez mais difícil voltar atrás para repormos as coisas como achamos que elas devem ser.
Mas não agir, quando achamos que o devemos fazer, por considerarmos que não é ainda o momento, debilita também a nossa auto-estima. Porque começamos a achar que não somos coerentes connosco próprios. Achamos que estamos a trair a nossa vontade. E este diálogo interior é muito destrutivo.
Acabamos assim por prejudicar o nosso bem-estar. Vivemos angustiados, divididos entre o que achamos que devíamos fazer e aquilo que realmente implementamos. Anulamos a nossa autenticidade, aquilo que realmente somos. E aquilo que realmente precisamos para ser felizes.
O momento certo não existe. Há pessoas que esperam a vida toda pelo tempo certo. Apenas para ficarem. Quietas.
Teresa Marta
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