A Angústia do Fim-de-Semana | Teresa sem medo

A Angústia do Fim-de-Semana

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Já alguma vez se sentiu angustiada, ansiosa e até nervosa por estar a chegar o fim-de-semana? Já se sentiu cansada por estar vários dias sem fazer nada? Ou, por exemplo, já interrompeu as férias por não conseguir “estar parada”?

Angustia fim-de-semana

Se já experimentou estas sensações saiba que sentiu um tipo muito especial de stress, designado, existencialmente, por “stress do vazio”:
o stress que ocorre quando simplesmente não temos obrigações para cumprir, quando não temos um objectivo a atingir, quando não temos nada que nos imponha um ritmo. Quando de repente não temos ninguém a fazer barulho em casa ou alguém para cuidar.

Pode parecer paradoxal, mas nem todos conseguimos sentir bem-estar nos dias ou momentos em que podemos efectivamente descansar. Ou seja, há quem sinta stress por quase tudo e quem sinta stress por quase nada. Sempre nos disseram que temos de ser alguma coisa, fazer alguma coisa, ter alguma coisa. Estar parado, não fazer nada, é estar fora do que é aceite como equilibrado e bom.

Como tal, crescemos com a crença de que se formos alguma coisa, tivermos alguma coisa e fizermos alguma coisa, existimos como seres humanos válidos. É por isso que nos sentimos seguros se tivermos trabalho, se tivermos família, mulher, marido, filhos, amigos, vida social. Todos estes aspectos fazem parte de uma vida cheia, plena. Retirá-los significa uma grande insegurança. Um medo terrível de não sermos, de acabarmos. Não há modelo para a solidão. Não há modelo para o vazio. Estar no vazio é sentir uma enorme insegurança geradora de medo. Medo de não termos nada. Medo de que nos falte tudo.
A minha experiência pessoal

Eu já sofri de stress do vazio. Foi numa fase dura da minha vida em que trabalhava 14 horas por dia. Às vezes mais. Não porque isso representasse um aumento dos meus benefícios financeiros. Trabalhava para ocupar o meu tempo o mais possível. Estar muito ocupada libertava a minha mente do contacto com aspectos que me eram muito difíceis de assumir. Era como se deixando de trabalhar deixasse de existir. E por isso trabalhava ainda mais. Ir de fim-de-semana significava contactar com a minha solidão, com o facto de não haver ninguém que necessitasse de mim, de não ter assuntos importantes para resolver.

À semelhança de outros tipos de stress, o stress do vazio tem origem nos nossos medos. O medo de não conseguirmos atingir os nossos objectivos, o medo de não sermos aceites, de não estarmos à altura da situação, de fraquejarmos. O medo de nos criticarem, de não conseguirmos ser o que esperam de nós. No meu caso, bem visto, o stress era gerado pelo medo da solidão. Ou, empregando um termo Existencialistas, o meu stress era provocado pelo receio do nada. De ter sentir o vazio.

Teresa Marta
DICAS PARA DIMININUIR O STRESS:


 

 

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