Até a minha mulher contribuía para reforçar o meu estilo de vida. No entanto, aos poucos, deixou de me pedir explicações por atrasos ou ausências, de me pedir que a acompanhasse às compras, ao cinema ou ao médico. Deixou de falar-me do seu dia e tão pouco se continuou a preocupar com a escolha da minha gravata.
Após um duro divórcio, impus-me uma pausa de um ano onde acabei por concluir que não fizera nada de grandioso. Para ser sincero acho que nunca criei ou inventei nada de extraordinário. Estive amarrado à ideia de que era alguém muito importante. Às vezes questiono-me se valeu a pena ter ficado preso à condição de fazer tudo para ter sempre mais.”
Trabalhando em Relação de Ajuda, confronto-me muitas vezes com descrições como esta. Na exigência que impomos a nós mesmos, nunca nada é suficientemente glorioso, visível ou importante. Desvalorizamos as pequenas conquistas, que são passos gigantes para afirmar o nosso valor, a nossa capacidade de ver para além do momento presente, para além das crises que enfrentamos. Pequenos momentos, que nos devolvem a capacidade de acreditar na vida, de acreditar na nossa força infinita para fazer a mudança.
Vivemos agarrados a pesados fardos relacionados com a necessidade de ter mais, produzir mais, ganhar mais, sermos mais considerados. Este peso, carregado diariamente, pode levar-nos a níveis de stress e a situações muito angustiantes e ansiosas.
Teresa Marta
DICAS PARA PRATICAR O DESAPEGO E SER MAIS FELIZ:
Faça uma lista daquilo que já não o faz feliz
Desligue-se do peso das expectativas que criaram sobre si
Desconfie do sentimento que lhe diz: “Já não é suficiente!”
Deixe-se ir
Preocupe-se apenas com o que consegue controlar
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