Dia dos Namorados: Estou sozinha! E então? | Teresa sem medo

Dia dos Namorados: Estou sozinha! E então?

Comente este artigo
Como Coach e Terapeuta, talvez devesse estar hoje a escrever um post em defesa do amor para toda a vida e dos relacionamentos duráveis. Mas, exactamente por sê-lo, não vou fazer nada disso.

Coração Palmela

Ao invés, falarei da insatisfação crónica que se instalou em nós e que chega também aos nossos relacionamentos pessoais e amorosos, em particular. Uma insatisfação que sentimos por nós mesmos colocando à nossa vida metas cada vez mais ambiciosas. Neste processo, acabamos por incluir aqueles que amamos, muitas vezes culpando-os por não sermos felizes.


Esquecemo-nos, amiúde, que nós próprios somos parte do binómio «eu-outro». Como tal, as causas da insatisfação que sentimos em relação a «eles» devem ser procuradas, em primeiro lugar, em nós próprios. Trata-se do “mercado da personalidade”, como o definiu Erich Fromm (1900 – 1980). Em grande medida, sempre que deixamos de gostar de um produto ou de um serviço, na causa do nosso “des-gosto” estão, geralmente, não as características do produto ou do serviço em si mesmas, mas as nossas ideias, necessidades e desejos, que entretanto se alteraram.

Como temos sempre um objectivo a cumprir, transportamos esse modelo para os nossos relacionamentos pessoais. Assim sendo, casar, ter uma relação sólida, encontrar a alma gémea, apaixonar-se, são objectivos que consideramos essenciais para o nosso bem-estar. Esta necessidade é vital: desde o nascimento, a experiência da separação produz ansiedade, uma ansiedade geradora de fragilidade existencial. Em posse do «outro», o homem quebra o seu isolamento, a sua separação, e, com isso, o mundo exterior torna-se um lugar seguro para Si.

No entanto, esta não é a forma mais correcta de conseguirmos o nosso equilíbrio emocional no que respeita aos relacionamentos amorosos. Desde logo, porque consideramos, a priori, que o nosso equilíbrio provém do exterior, de alguém ou de algo externo a nós. Como tal, se o «outro» muda, se deixa de… ou se passa a…, perdemos o pé. Porque acreditamos que sozinhos somos uma impossibilidade.

Em termos existenciais, esta relação do «eu» com os «outros» mostra a nossa tendência natural para procurar no «outro» a supressão das nossas fragilidades. No entanto, como referiu Martin Heidegger (1889 – 1976), a resolução da maior parte dos problemas do Eu passa por conseguirmos reflectir internamente sobre “aquilo que respeita a cada um de nós, aqui e agora”.

Teresa Marta

DICAS PARA RELACIONAMENTOS MAIS FELIZES:
Não veja no outro a solução para os seus problemas
Tome consciência de que o outro não foi feito para si
Livre-se do desejo de mudar o outro
Liberte o medo de perder o outro
Respeite a individualidade do outro
Ame, começando por Si

0 comentários :

Enviar um comentário