Cada vez mais recebo em Coaching pessoas com queixas que têm por base comportamentos manipuladores. Geralmente, as vítimas dos manipuladores assumem, elas mesmas, que são culpadas daquilo que se passa, das coisas negativas que acontecem na sua vida e, sobretudo, das coisas negativas que acontecem na vida dos próprios manipuladores.
De facto, a maior arma usada pelo manipulador é fazer com que a sua vítima se sinta culpada. Vivendo com o peso da culpa, a pessoa que é manipulada deixa de conseguir agir naturalmente, deixa de conseguir ver com discernimento, deixa de ser assertiva, não consegue argumentar, não consegue lutar por aquilo em que acredita.
Nas situações mais graves, as pessoa vítimas de manipulação chegam mesmo a duvidar da sua própria capacidade para gerir a sua vida. Deixam de acreditar na sua "sanidade mental". Começam a duvidar se serão elas mesmas que criaram as situações de que são "acusadas", se terão sido elas mesmas a proferir as palavras que o manipulador colocou como sua autoria.
O peso da culpa acaba por levar a pessoa manipulada a ficar cada vez mais isolada e a agir de acordo com aquilo que o manipulador deseja. Cada vez acredita mais na história que lhe é contada, ao invés de acreditar em si mesma, naquilo que sente e naquilo que antes era a sua verdade. Começa a ver o manipulador como o dono da verdade. Deixa de perceber a diferença entre o que é e aquilo que o manipulador apresenta como sendo.
Inicialmente, quem é manipulado tenta argumentar e mostrar que o outro não tem razão. No entanto, esta estratégia apenas faz com que o manipulador ainda insista mais na sua história apresentando situações contadas com tanta certeza que levam a pessoa a achar que está errada e o outro é que está certo.
Quando o manipulado insiste na sua versão dos acontecimentos, é frequente o manipulador provocar discussões e ter comportamentos de amuo, fazendo assim com que a pessoa se sinta ainda mais desconfortável e, por conseguinte, ainda mais culpada. Ou seja, os manipuladores têm uma enorme perícia para se fazerem de vítimas.
Se se sente frequentemente culpada nas suas relações interpessoais, se sente que, por mais que faça nunca é suficiente para agradar a quem está consigo, fique atenta aos comportamentos do outro. P
oderá estar a ser alvo de comportamentos manipuladores.
Teresa Marta
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