A vida não é uma certeza e isso é a única certeza com a qual podemos contar ao longo da nossa existência. Se nada existe como certo, aquilo que podemos fazer é gerir a imponderabilidade de não sabermos como será o amanhã. Podemos escolher entre opções. Mas isso apenas nos oferece a possibilidade de, na incerteza entre uma opção e outra, garantirmos a melhor escolha face às possibilidades.
Existencialmente, a angústia gerada pela obrigatoriedade de termos de escolher, apenas consegue ultrapassar-se aceitando a incerteza. Aceitando que a maioria das circunstâncias da nossa vida estão fora do nosso controlo. Assumindo que a escolha que fizemos não foi a mais adequada. Arcando com a responsabilidade do nosso fracasso, encarando-o como uma oportunidade de fazermos melhor.
Neste processo, aquilo em que precisamos de acreditar, para começar, é em nós mesmos. Acreditar em nós deve ser a nossa escolha primordial e inicial. A partir daqui é mais simples acreditar que todos os saltos no desconhecido que façamos contribuem para o nosso crescimento e realização. Só tendo Fé em nós mesmos ficamos disponíveis para absorver e criar todas as possibilidades, ao invés de nos colocarmos do lado das limitações.
A nossa cultura do fracasso e do obstáculo faz com que nos foquemos nos nossos pontos fracos mais do que nos nossos trunfos. Como tal, aquilo que realmente temos de positivo é camuflado por aquilo que julgamos não possuir. No entanto, os acontecimentos menos bons poderão servir, simplesmente, para aprendermos algo com a situação. Não é de facto “a coisa”, como diria Martin Heidegger, que determina a forma como nos sentimos. Ao contrário, a forma como nos sentimos com as coisas que nos acontecem é o resultado daquilo que pensamos, da forma como encaramos as nossas experiencias.
Assim, a pergunta que tem de fazer a si próprio, não é se consegue sair da sua zona de conforto em segurança, sem fracassar. A grande questão que tem de se colocar é se efectivamente acredita em si, na sua resistência e na sua capacidade infinita de recomeçar.
Teresa Marta
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