Ana tem 42 anos, é casada há 12 anos, tem uma filha com 8 anos de idade e trabalha numa loja de roupa.
Quando veio à consulta disse-me: “decidi vir a esta consulta mas nem sei bem se preciso porque na minha infância não tive nenhum problema e até penso que tenho uma vida boa. Mas sou muito nervosa. Falaram-me destas consultas e decidi experimentar.”
Passadas algumas sessões, compreendemos que as preocupações da Ana se centravam no seu mal estar e na relação com o seu marido (João).
Ana diz que se enerva com facilidade com o marido: “implico muito com ele por coisas sem importância, grito muito e às vezes descontrolo-me ao ponto de partir loiça! Depois sinto-me muito mal comigo mesma. O João é muito bom para mim, toda a gente o aprecia e até me dizem que tenho sorte de o ter como marido. Sempre fui muito nervosa, mas gostaria de ser mais calma.”
Com o objectivo de compreendermos se o comportamento de Ana com o seu marido tinha sido sempre assim ou se tinha começado a partir de um determinado momento, Ana recorda: “quando vivíamos na casa da minha mãe, a relação com o João era diferente. Saíamos e convivíamos mais. Depois a Maria nasceu e começámos a construir a nossa casa.”
Posteriormente, Ana partilhou o facto de não ter relações íntimas regularmente com o marido. Isto, por um lado preocupa-a porque teme a traição, ainda que confie na fidelidade do marido; por outro lado frustra-a porque gostaria de voltar a ter satisfação na sua vida conjugal. Assim, e não se tratando de um problema de saúde, procurámos perceber esta mudança de comportamento conjugal e em simultâneo encontrar formas de o ultrapassar.
Às vezes, as pessoas encontram-se em situações de sofrimento, mas porque não encontram um acontecimento de vida que o justifique, não se permitem procurar ajuda.
Se pretende seguir a história da Ana não perca a próxima crónica!
Carina Silva
Psicóloga Clínica
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