Intoxicadas por regras de puericultura e "moldagem" de personalidades como se nascêssemos argila à espera de sermos trabalhados, as mães viam-se muitas vezes impedidas de dar largas à sua criatividade e até ao amor que sentiam pelos filhos.
Cuidar foi, durante séculos, sinónimo de alimentar, manter limpo e zelar para que dormisse o mais possível. Há meio século vivia-se mesmo o mito de que os bebés não deviam ser beijados não fossem sofrem um ataque crónico de micróbios galopantes e, qui ça, mortais.
O conceito de Mãe Suficientemente Boa traçado por Winnicot poderia ter alterado o comportamento de muitas mães se nós tivéssemos vivido num país diferente e, se tal tivesse acontecido, quem sabe seríamos hoje um povo diferente.
Mas como a minha mãe sempre disse - "não vale a pena chorar sobre o leite derramado" e "vale mais tarde do que nunca".
Assim, aqui fica para quem ainda pensa que ser mãe é um bicho de sete cabeças:
Ame o seu filho na certeza de que ele é uma pessoa desde o momento em que nasceu. Observe-o. Estabeleça com ele uma relação de amor, curiosidade e respeito. Você é o espelho dele - não receie Ser. Dê asas à sua criatividade.
"Winnicott acreditava que a mãe suficientemente boa é aquela que possibilita ao bebê a ilusão de que o mundo é criado por ele, concedendo-lhe, assim, a experiência da onipotência primária, base do fazer-criativo. E a percepção criativa da realidade é uma experiência do self, núcleo singular de cada indivíduo."
- Fonte: Psicologado.com
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